Para o relator, Antonio Anastasia, medida pode motivar mudanças no comportamento dos contribuintes
Uma autorização para que municípios reduzam o valor do
IPTU cobrado de contribuintes que adotam ações ambientalmente sustentáveis em
seus imóveis foi aprovada nesta quarta-feira (14) pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 13/2019 insere, entre as possibilidades de alíquotas diferenciadas do
IPTU, o reaproveitamento de águas pluviais, o reúso da água servida, o grau de
permeabilização do solo e a utilização de energia renovável no imóvel. Livra
também da incidência do imposto a parcela do imóvel coberta por vegetação
nativa.
Atualmente a CF admite a aplicação de alíquotas distintas
do IPTU em função da localização e do uso do imóvel. O objetivo da PEC 13/2019,
segundo explicou o autor, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), é inserir
critérios de responsabilidade ambiental para diferenciar a cobrança aplicada ao
contribuinte que tenha esse compromisso. Por seu caráter essencialmente
autorizativo, as alterações feitas só serão adotadas pelas municipalidades na
medida das suas capacidades financeiras, destacou Plínio.
Incentivo à sustentabilidade
A iniciativa do chamado IPTU verde ou ecológico, que
reduz a taxação do contribuinte que adota ações ambientalmente sustentáveis em
seu imóvel, já vem sendo aplicada em alguns municípios, mas não conta com
autorização expressa da Constituição. Para o autor da proposta, a inserção do
benefício na CF fará com que mais municípios adotem esse tipo de estímulo à
conservação dos recursos naturais.
“Vários municípios brasileiros já instituíram o IPTU
verde ou ecológico, pelo qual os contribuintes do tributo recebem descontos em
virtude da observância de práticas ambientalmente amigáveis. A inserção do
regramento no texto da Constituição servirá para chamar a atenção para o tema e
estimular as municipalidades no sentido da implementação da medida, sempre
dentro das suas possibilidades financeiras”, explicou Plínio na justificação da
proposta.
O relator, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG),
recomendou a aprovação da PEC 13/2019. Sua expectativa é de que a iniciativa
oriente o legislador municipal na elaboração do IPTU verde e dê segurança
jurídica na concessão do incentivo.
“Trata-se de medida de caráter extrafiscal com grande
potencial para provocar mudanças no comportamento dos contribuintes. Muito
embora alguns municípios brasileiros já tenham instituído benefícios aplicáveis
a contribuintes que observem práticas ambientalmente saudáveis, é inegável que
a alteração constitucional que se pretende contribuirá para chamar a atenção
para o tema, encorajando os que ainda não adotaram as boas práticas a
implementar medidas dessa natureza”, reconheceu Anastasia no parecer.
A proposta segue para dois turnos de discussão e votação
no Plenário do Senado.
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