Em decisão Unânime, tribunal condena Lula e aumenta pena criminal de 9 para 12 anos |
Por unanimidade, os os três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4) votaram nesta quarta-feira (24) em favor de manter a
condenação e ampliar a pena de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP).
(Foto: Alexandre Mauro/G1) |
Votaram no julgamento, que durou 8
horas e 15 minutos (além de uma hora de intervalo) o relator do processo, João
Pedro Gebran Neto, o revisor, Leandro Paulsen e o desembargador Victor dos
Santos Laus.
Em julgamento
na sede do tribunal, em Porto Alegre, os desembargadores se manifestaram em
relação ao recurso apresentado pela defesa de Lula
contra a condenação a 9 anos e 6 meses de prisãodeterminada
pelo juiz federal Sérgio Moro, relator da Operação Lava Jato na primeira
instância, em Curitiba. Lula se diz inocente.
Os três
desembargadores decidiram ampliar a pena para 12 anos e 1 mês de prisão, com início
em regime fechado. O cumprimento da pena se inicia após
o esgotamento de recursos no âmbito do
próprio TRF-4.
Como a decisão
foi unânime, o único recurso disponível para a defesa no TRF-4 são
os chamados embargos de declaração, que não têm poder de reverter a condenação,
mas somente esclarecer ambiguidades, pontos
obscuros,
contradições ou omissões no acórdão (documento que oficializa a decisão).
A defesa, no
entanto, ainda poderá tentar inocentar Lula nas instâncias superiores (Superior
Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal).
Mas, após o
julgamento dos embargos no TRF-4, poderá ser expedida
ordem de
execução de sentença. Nesse caso, ao recorrer ao STJ e depois
ao STF, Lula já
poderá estar preso.
Lula foi acusado pelo Ministério Público de receber propina da
empreiteira OAS. A suposta vantagem, no valor de R$ 2,2 milhões,
teria saído de uma conta de propina destinada ao PT em troca do favorecimento
da empresa em contratos na Petrobras.
Segundo o MP, a vantagem foi paga na forma de
reserva e reforma do apartamento no litoral paulista, cuja propriedade teria
sido ocultada das autoridades. Um dos depoimentos que baseou a acusação do Ministério Público e a sentença de Moro é
o do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, também condenado
no processo.
Além de Lula, também foram julgados Léo Pinheiro
(presidente afastado da OAS); Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula);
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Gordilho, Fabio Hori
Yonamine, Roberto Moreira Ferreira (diretores da OAS).
A condenação pelo TRF-4, tribunal de segunda
instância, confirma sentença proferida em julho do ano passado por Moro na
primeira instância.
Lula não será preso de imediato. Antes mesmo do
julgamento, o TRF-4 já havia anunciado que só haverá prisão depois de se
esgotarem todas as possibilidades de recurso no tribunal.
A decisão dificulta, mas não impede, a candidatura de Lula à
Presidência na eleição deste ano. Mas o registro da candidatura dependerá de
uma manifestação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Após a abertura da sessão pelo desembargador
Leandro Paulsen, o julgamento começou pela leitura de um resumo dos argumentos da acusação e da defesa pelo
desembargador João Pedro Gebran Neto.
"Lamentavelmente,
Lula se corrompeu", concluiu Gerum.
O procurador começou sua fala atacando a “tropa de choque” mobilizada para pressionar o
Judiciário pela absolvição de Lula. “A truculência dessa
tropa de choque no processo judicial está muito próxima de configurar o crime
de coação no processo”, afirmou.
Depois, Gerum defendeu a independência dos
magistrados para decidir o caso, rebatendo que seja um “julgamento político”, o
que seria “ignorância histórica” e “desrespeito”. “Se esta Corte absolver o
ex-presidente Lula, a justiça será feita. Se esta corte decidir manter a
condenação do ex-presidente Lula, a justiça também será feita”, completou o
procurador.
Fonte: g1.globo.com
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