Sessões de acolhimento ajudam estudantes a retomar rotina
O tiroteio na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em
Suzano (SP), que chocou o país e ainda desperta perguntas sem respostas,
completa hoje (20) uma semana. Em homenagem aos dez mortos e 11 feridos, haverá às 10h
culto ecumênico no pátio do colégio. Lentamente, há um esforço para retornar à
normalidade, as salas de aula estão abertas para os alunos que desejarem
participar das sessões de acolhimento.
Estudantes e profissionais de outras escolas estaduais
preparam cartazes com desenhos e cartas com mensagens e paz, amor, esperança,
união, como forma de acolhimento aos que voltarão a frequentar a Raul Brasil.
No último dia 13, durante o intervalo das aulas, por
volta das 9h30 a tragédia começou. Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos,
entrou no colégio e deu início aos disparos. Em seguida, Luiz Henrique Castro,
de 25 anos, entrou na escola e atacou os estudantes e funcionários com uma
"besta" (arma do tipo medieval que parece arco e flecha) e uma
machadinha.
A polícia calcula que o ataque durou alguns minutos e só parou porque os policiais entraram na escola e cercaram os atiradores. Pelas investigações, Guilherme atirou contra Luiz Henrique, matando-o, e depois suicidou-se. A cena que ficou é de tragédia: pelo chão as vítimas, sangue e objetos deixados no caminho.
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Alunos soltam balões durante homenagem às
vítimas do tiroteio na escola Raul Brasil em Suzano, no dia da reabertura da
escola Reuters/Ueslei Marcelino/Direitos Reservados
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Vítimas
Os dez mortos – uma coordenadora pedagógica, uma funcionária, seis estudantes e os dois atiradores – foram velados coletivamente. Os feridos foram levados para diferentes hospitais. Até ontem (19), havia ainda pacientes internados em São Paulo para onde foram levados os que precisavam de cuidados especiais.
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Família, amigos e estudantes participam do
funeral coletivo das vítimas mortas Reuters/Ueslei Marcelino/Direitos
Reservados
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Sobreviventes relataram ter vivido momentos de terror
enquanto os atiradores estavam no colégio. Ainda sob trauma, muitos afirmam não
conseguir esquecer o que passaram. Para apoiar os estudantes, professores e
funcionários, foi organizado um esquema de atendimento psicossocial
especializado com equipes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da
prefeitura de Suzano, psicólogos e assistentes sociais.
A direção da Escola Estadual Professor Raul Brasil avalia
em conjunto com a Secretaria de Educação de São Paulo sobre o melhor momento de
retomar as aulas regulares. Paredes, portas e alguns detalhes da fachada do
colégio estão sendo modificados. Muitas portas foram destruídas pelos tiros e
golpes de machado.
Um terceiro suspeito foi apreendido ontem. A polícia investiga o envolvimento dele
no planejamento do crime.
Indenizações
Um comitê executivo, criado pelo governo de São Paulo,
vai coordenar o pagamento de indenizações para as famílias das vítimas. Na
semana passada, o governador do estado, João Doria, disse que o valor da
indenização será definido pela Procuradoria-Geral de São
Paulo e deve ser
de aproximadamente R$ 100 mil para cada família.
Segundo Doria, a indenização deve ser paga em até 30
dias. De acordo com ele, até 15 de abril, as famílias dos estudantes e das duas
funcionárias da escola vão receber as indenizações.
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Homenagens às vítimas do tiroteio na escola
Raul Brasil REUTERS/Amanda Perobelli/Direitos Reservados
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Fonte: Agência Brasil




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