No Dia Internacional pelo
Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, lembrado nesta sexta-feira
(2), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) promove uma campanha mundial de conscientização sobre a violência
praticada contra profissionais de mídia.
Segundo a Unesco, um
jornalista é assassinado a cada quatro dias no mundo, com 1.010 mortes de
profissionais de mídia contabilizadas nos últimos 12 anos devido a sua
atividade de querer levar informações ao público. Ainda de acordo com a ONU, em
nove de cada dez casos os assassinos ficam impunes.
Em mensagem para a campanha
deste ano, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, destacou o aumento dos
casos de ataques e assédio contra jornalistas mulheres. “É nossa
responsabilidade garantir que os crimes contra jornalistas sejam punidos”,
disse. Este é o quinto ano em que a Unesco promove a iniciativa.
“Devemos cuidar para que os
jornalistas possam trabalhar em condições de segurança, as quais permitam o
florescimento de uma imprensa livre e plural. Somente em um ambiente desses nós
seremos capazes de criar sociedades justas, pacíficas, e verdadeiramente
progressistas”, diz a mensagem.
Em comunicado divulgado
ontem (1), um grupo de especialistas independentes de direitos humanos da ONU
pediu aos líderes mundiais que parem de incitar ódio e violência contra a mídia
e garantam a punição dos responsáveis por ataques.
O comunicado afirma que
“estas últimas semanas demonstraram mais uma vez a natureza tóxica e o alcance
exagerado do incentivo político contra jornalistas, e exigimos que isso pare”.
No documento cita diretamente o caso do jornalista saudita Jamal Khashoggi,
assassinado no início deste mês.
Brasil
Um dos casos mais recentes
de violência contra comunicadores no país foi condenado pelo Comitê para a
Proteção de Jornalistas (CPJ), com sede em Nova York. A organização pediu
apuração rápida para esclarecer o atentado contra Eduardo Braga (62 anos),
proprietário e comentarista da Rádio União, de Jaguaruna (CE). Em 21 de
setembro, ele foi baleado na perna por pistoleiros que entraram no estúdio, supostamente
por falar sobre questões políticas locais.
No mais recente ranking
organizado pelo CPJ, divulgado no final de outubro, o Brasil aparece como um
dos 14 países do mundo que menos pune os responsáveis pelo assassinato de
jornalistas.
De acordo com levantamento
divulgado no mês passado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
(Abraji), foram registrados no país 137 casos de agressões contra profissionais
de comunicação em contexto político, partidário e eleitoral, de janeiro até o
primeiro turno das eleições.
A Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) contabilizou uma morte e 82 casos de
violência contra 116 jornalistas no Brasil em 2017, segundo seu levantamento
mais recente, divulgado em fevereiro.
Fonte: Agência Brasil
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