A Conmebol informou em nota nesta quarta-feira que sua
unidade disciplinar abriu um procedimento para verificar se o Santos escalou de
forma irregular o volante Carlos Sánchez no jogo de ida das oitavas de final da
Libertadores – 0 a 0 com o Independiente, na noite de terça-feira, em
Argentina.
Após a partida em Avellaneda, o clube local passou a cogitar
a possibilidade de questionar a escalação de Sánchez. Mas a Conmebol se
antecipou e, antes de qualquer pedido dos argentinos, decidiu investigar o caso
do jogador uruguaio.
O Santos nega ter descumprido o regulamento e cita ter
consultado o sistema da Conmebol, onde não havia qualquer restrição à escalação
do atleta. A diretoria pretende, inclusive, registrar em cartório uma
reprodução do sistema para utilizar com prova no procedimento.
Ao Seleção SporTV, o gerente jurídico do Santos, Rodrigo
Gama, reforçou a tese:
– Na Copa Sul-Americana de 2015 ele teve uma suspensão. Pelo
que dizem, o Santos não tem essa notícia formal, foi uma punição de tribunal de
três jogos. Houve circular em 2016 que anistiou todos os beneficiados pela
metade (da suspensã). Caiu de três jogos para uma partida e meia, arrendondando
para uma partida de suspensão. (No sistema) Para ele aparece "a cumprir:
zero" – disse ele.
Segundo o advogado santista, o sistema aponta que as
punições foram zeradas em maio de 2018:
– Desde 24 de maio de 2018 ela coloca que ele está zerado e
sem nenhuma punição a cumprir. (O sistem) É o único vínculo que o Santos tem
para saber se há punição a ser cumprida. É claro, robusto, o sistema me
informava que o atleta não tinha nenhuma punição a cumprir e estava liberado
para o jogo. O sistema me diz que desde maio ele está zerado, não tinha nenhuma
punição a cumprir – completou Gama.
Uma punição ao Santos pode modificar o placar original do
jogo para uma derrota alvinegra por 3 a 0. A partida de volta está marcada para
a próxima terça-feira, no Pacaembu.
Entenda o caso
Em novembro de 2015, quando
atuava pelo River Plate, Sánchez foi expulso no jogo de volta da semifinal da
Copa Sul-Americana contra o Huracán por agredir um gandula. Segundo o site do
jornal "La Nación", Sánchez foi punido com três partidas de suspensão
em decisão publicada no dia 19 de dezembro daquele ano. A Conmebol não
confirmou, por ora, a sanção imposta ao uruguaio.
Nesta quarta, o jornalista
argentino César Luis Merlo postou em rede social suposto documento da Conmebol
que aponta a suspensão de três jogos de Sánchez:
Em 2016, em medida tomada
por conta da comemoração de seu centenário, a Conmebol reduziu pela metade
todas as suspensões pendentes de clubes e jogadores – o que diminuiria a
punição a Sánchez a uma partida que deveria ter sido cumprida na última terça.
O Santos, porém, afirmou
através da assessoria de imprensa que o jogador tinha apenas um jogo de
suspensão para cumprir e que, com a anistia, estaria livre para atuar contra o
Independiente.
Em rápido contato com a
reportagem na manhã desta quarta-feira, o executivo de futebol do clube,
Ricardo Gomes, respondeu:
– Tudo certo, sem problemas.
A Conmebol analisará os
seguintes artigos do regulamento disciplinar de 2018:
7.2 f) Descumprir as
decisões diretivas e ordens dos órgãos judiciais
7.2 j) Inscrever em súmula
de partida um jogador, ou colocar em campo durante uma partida, um jogador
irregular
Segundo pessoas do Santos, o
clube não teme punições. A diretoria de futebol se apoia no fato de, antes do
jogo, como de praxe, ter consultado o sistema informatizado da Conmebol, que
aponta jogadores suspensos ou impedidos de atuar, e não ter encontrado qualquer
restrição a Sánchez.
Fonte: Globoesporte
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