"As universidades são as instituições mais poderosas do mundo hoje", avalia teólogo.
Uma pesquisa recente do Instituto Pew, focada na
influência da religião na sociedade, mostra que embora a grande maioria dos
americanos digam acreditar em Deus, isso não significa que seja o Deus da
Bíblia. Os dados levantados apontam também para como os conceitos e
“diversidade” contribuíram para o crescimento da percepção que “Jesus não é o
único caminho para Deus”.
Fica nítido o contraste com uma pesquisa similar do Pew de 2008,
onde mais da metade dos cristãos americanos disseram acreditar que “outras
religiões podem levar à salvação”. Cerca de uma década depois, dentre os 80%
dos cristãos que disseram crer em um Deus único, apenas 56% afirmam que é a
mesma divindade “descrita na Bíblia”.
Dentre os que professam sua fé em Deus, 91% dos evangélicos
identificam com o Deus bíblico enquanto 69% dos católicos dizem o mesmo. Os
demais acreditam em “um poder superior ou força espiritual”, claramente
distante do Deus pessoal descrito nas Escrituras. Em ambos os grupos, 1% dos
entrevistados dizem “não saber” se o Deus que creem é o mesmo da Bíblia.
Ken Stone, reitor acadêmico do Seminário Teológico de Chicago,
acredita que a ideia de “múltiplos caminhos para Deus” e a
percepção que a verdade é “encontradas em várias tradições religiosas” está
alinhada com a teologia liberal, que ganha cada vez mais força nas denominações
tradicionais e no meio acadêmico teológico.
Por sua vez, J. Lanier Burns, professor de Teologia Sistemática no
Dallas Theological Seminary, entende que a mudança entre os cristãos para uma
“abordagem mais pluralista da fé em Deus” vem ganhando força principalmente
entre os que cursam o ensino superior.
“Esta é a agenda das universidades, pois geralmente o ensino de
viés progressista atribui à religião a causa de todas as guerras e a
ideia que, se pudermos nos livrar da religião fundamentalista, poderemos
ter mais paz no mundo”, avalia. Acrescentou ainda que: “Tudo hoje em dia parece
se basear no pluralismo. Eu acho que as universidades são as instituições mais
poderosas do mundo hoje. Eles estão treinando a todos indiretamente. Quando
você soma a influência da universidade ao redor do mundo, é algo extremamente grande.”
Tendência Progressiva no Ensino Superior
Mitchell Langbert, professor do curso e administração de empresas
no Brooklyn College, encontrou fortes evidências de um viés progressista entre
os professores, especialmente entre aqueles que ensinam religião nas principais
faculdades americanas.
Em um estudo recente de 8.688 professores de 51 das 66 melhores
faculdades dos EUA, Langbert descobriu que há mais de dez que se identificam
como “de esquerda” para cada “conservador” entre os professores. E nos departamentos
de religião, os esquerdistas superam os conservadores em 70 para 1.
Uma tendência semelhante entre os acadêmicos também foi observada
na Grã-Bretanha. Esses ideais políticos acabam sendo um indicativos de um viés
teológico.
“A homogeneidade política é problemática porque distorce a
pesquisa e o ensino e reduz a credibilidade acadêmica”, escreveu Langbert em
suas descobertas publicadas pela National Association of Scholars. “Embora mais
cidadãos acreditem sem mais conservadores do que liberais, o preconceito dos
acadêmicos faz com que os alunos acreditem que o conservadorismo é errado”.
Embora essa luta contra o pós-modernismo continue sendo negativa
para os evangélicos porque é “desconfortável” e “perturba a maneira como os
evangélicos tradicionalmente entendem como expressam sua fé”, ela é
necessária, defende Mark R. Teasdale, professor de evangelismo do Seminário
Teológico Garrett, em Illionois.
O professor acredita que a mensagem nos púlpitos em geral não
contribui para uma compreensão plena do evangelho. “Jesus ensina sim, que
precisamos ser perdoados pelos pecados, não há dúvida sobre isso. Mas Jesus
também nos chama para amar o nosso próximo e para viver em comunidade uns com
os outros. E então eu acho que precisamos de um novo evangelismo, mais robusto
e plenamente bíblico. Para ser honesto: voltar à Bíblia e redescobrir o quanto
é o Evangelho é pleno, atingindo corpo, alma e espírito, deveria nos fazer dar
um melhor testemunho nesse mundo”, encerra.
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